Tudo sobre a adaptação de cachorro adotado

Mais do que apenas de carinho, alimentação e cuidados veterinários — que também são fundamentais —, a convivência harmoniosa com um cachorro adotado depende de uma série de adaptações no ambiente e muitas vezes também em nossa rotina, a fim de atender às necessidades específicas do novo companheiro.

Além de afetar a qualidade de vida do pet, negligenciar tais necessidades contribui para o surgimento de problemas comportamentais que podem prejudicar a criação de um vínculo saudável entre pets e tutores. 

Pensando nisso, separamos algumas dicas de como cuidar de um cachorro adotado e do que fazer para dar início à convivência com o pet com o pé direito.

A importância de conhecer as necessidades da espécie

O processo de humanização dos cães trouxe diversos benefícios para eles. Como exemplo, o fato de os cachorros passarem a ser vistos como membros da família impulsionou uma série de avanços na Medicina Veterinária e no mercado pet como um todo. 

Por outro lado, ela pode dificultar o reconhecimento de que os cães pertencem a uma espécie diferente e, portanto, precisam de um ambiente e de uma rotina adaptados para eles.

Passar o dia à toa, só esperando o horário de atividades pontuais, como passeios e refeições, pode ser a definição de um bom dia de folga para muita gente. Já para os cães, essa rotina é completamente inadequada. 

No dia a dia, é importante que eles possam expressar comportamentos naturais, tais como latir, farejar, correr, perseguir objetos (que simulam presas), roer, etc. Quando isso não é possível, é grande o risco de o pet apresentar comportamentos indesejados. Além de ser prejudicial para seu bem-estar emocional. 

Enriquecimento ambiental e recursos essenciais para cães

Promover uma rotina adequada, com oportunidades de escolha para que o pet expresse seus comportamentos, passa, entre outras coisas, por enriquecer o ambiente com a ajuda de certas estratégias e recursos. Para além de comedouro e bebedouro tradicionais, listamos alguns itens que não podem faltar no enxoval de cachorro adotado:

Comedouro-brinquedo

Mais estimulante que o comedouro tradicional, estimula o cão a farejar e ir atrás do alimento, ajudando tanto na distração quanto no gasto de energia. Desde que utilizado de maneira segura, pode ser usado para entreter o pet na ausência do tutor. Para isso, basta colocar a porção recomendada de ração no brinquedo e entregá-lo ao pet imediatamente antes de sair.

Casinhas ou tocas

Ao contrário do que muitos acreditam, assim como os gatos os cães também precisam de um refúgio onde possam se abrigar quando se sentem ameaçados, o que é válido também para ambientes internos. Preferencialmente, esses refúgios devem proporcionar cobertura na parte de cima, nas laterais e nas costas, deixando apenas a parte frontal exposta.

Brinquedos com diferentes propostas

Não adianta comprar vários brinquedos para cachorro se todos eles tiverem a mesma função. É preciso apostar em opções com propostas distintas, como roer, destroçar, perseguir, forragear, etc. Entre os brinquedos mais recomendados para cães estão: bolas maciças, pelúcias com squeaker e mordedores. 

Tapete higiênico

Diferentemente dos outros recursos, o tapete não é essencial para os cães, uma vez que eles podem aprender a fazer suas necessidades no quintal, por exemplo, e também é importante passear com o cachorro. Porém, se a ideia é que ele use o tapete no futuro, o melhor é começar a ensiná-lo as regras desde o primeiro dia. 

Primeiros dias com o pet: saiba como aproveitar

Ao fazer a adoção de um cachorro, é normal ficar encantado com o pet, aprovando todas as atitudes dele. Mas saiba que esse tipo de deslumbramento permissivo pode acabar sendo muito prejudicial não apenas para você, mas também para o bem-estar do cachorro adotado. 

Lembre-se de que pode ser difícil para ele entender certas mudanças, como a ausência repentina do tutor ou o fato de que ele passou a levar broncas de uma hora para outra.

É por isso que, além de levar o cachorro adotado para um check-up veterinário, uma dica importante para o período de adaptação do pet é estabelecer regras desde o início. 

Se o cachorro não poderá subir na cama ou não terá acesso a determinadas partes da casa no futuro, seja firme e não deixe que ele faça isso nos primeiros dias. O início do convívio com o cachorro também é um momento crucial para trabalhar a independência dele, habituando-o a ficar sozinho de vez em quando. 

Isso ajuda a evitar a síndrome da ansiedade por separação, distúrbio caracterizado por quando um pet sente intensamente a ausência dos tutores, o que é ruim para sua saúde física e emocional. 

É extremamente importante consultar um profissional especializado em comportamento canino que utilize método de adestramento positivo, para realizar a adaptação do cachorro adotado com naturalidade e reforçando o vínculo entre ele e a nova família.

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