Então, você resgatou um gato de rua diretamente ou por intermédio de uma ONG ou protetor independente, como os parceiros do projeto Adote Petz. E agora, como fazer para cuidar do novo amigo de maneira adequada e sem traumas, não apenas para você, mas também para o recém-chegado de quatro patas?
Embora possa parecer banal, a pergunta é pertinente até mesmo para aqueles que já têm experiência com os bichanos. Isso porque alguns cuidados iniciais podem ser ligeiramente diferentes dependendo da situação do indivíduo antes de ele ir para a sua casa. A seguir, confira algumas dicas de como proceder em cada caso.
1. Leve o pet o quanto antes para uma consulta no médico-veterinário
Independentemente de você ter resgatado o gato da rua ou de tê-lo adotado de uma ONG ou protetor independente, a medida é importante para que você tenha um panorama geral do estado de saúde do felino.
Especialmente para aqueles que nunca conviveram com um bichano, o médico-veterinário poderá dar dicas preciosas no que diz respeito à alimentação e outros cuidados com o pet, como cuidar de um gato filhote, castração, tratamento preventivo de endo e ecto parasitas, estabelecimento de um calendário de vacinação, etc.
No caso de pets resgatados diretamente da rua, a medida é ainda mais imprescindível para identificar doenças transmissíveis. Nesse sentido, quem já tem um ou mais bichanos em casa deve ter cuidado redobrado e manter o gato de rua rigorosamente isolado dos outros até a liberação pelo veterinário.
“Não podemos esquecer que antes de levar um novo gatinho para casa, ele deve realizar um exame que investiga FIV (a “AIDS felina”) e FeLV (a “leucemia felina”), pois essas viroses, além de serem bem sérias, são contagiosas e podem colocar em risco a vida de outros gatos que moram na residência”, alerta a Dra. Juliana Oliveira Rodrigues, médica-veterinária da rede Seres.
2. Sempre que possível, consulte um especialista em comportamento
A adoção ou resgate de um novo pet, como gato encontrado na rua, costuma envolver uma série de despesas iniciais, com consultas veterinárias, vacinação e compra de recursos. Por conta disso, muita gente toma como supérfluo o gasto com uma consulta com especialistas em comportamento felino.
Mas saiba que, além de contribuir positivamente para o bem-estar do gato de rua e, consequentemente, para seu convívio com ele, uma consulta também pode ser boa para economizar e saber como cuidar de um gato.
Isso porque, com as orientações adequadas, você acaba adquirindo acessórios específicos para as necessidades do pet, contribuindo para o enriquecimento ambiental do novo lar.
3. Introduza o bichano na casa a partir de um único cômodo
Não importa se seu novo amigo foi resgatado da rua ou adotado de uma ONG ou protetor independente. Por serem territorialistas, os gatos tendem a estranhar bastante quando chegam a um novo ambiente, onde não reconhecem seus odores, sentindo que não têm o domínio daquele território.
Para facilitar a adaptação, a dica é escolher um cômodo da casa em que o pet ficará até que se sinta mais à vontade para explorar o restante da casa. Além de estar seguro, com redes de proteção, esse cômodo deve conter todos os recursos de que o pet necessita, dispostos de maneira setorizada, de acordo com as preferências dos bichanos.
Entre os acessórios que não podem faltar estão caixa sanitária, comedouro, bebedouro, tocas e brinquedos, incluindo arranhadores. Quanto mais porosos e capazes de absorver os odores forem os brinquedos, tocas e outros recursos do tipo, melhor.
Eles deverão ser espalhados progressivamente pela casa a fim de que o odor do gato se espalhe pelo restante da casa, fazendo-o sentir-se à vontade.
4. Vá com calma nos carinhos
Quem convive ou já conviveu com bichanos sabe que não é verdade que eles não são afetuosos com os tutores. Entretanto, leva-se um tempo até a formação do vínculo afetivo, sendo que este pode ser maior no caso de pets que passaram por maus tratos, como muitas vezes é o caso de gatos de rua.
Até que o pet se sinta à vontade na sua presença, evite carinhos forçados ou pegá-lo no colo o tempo todo. Essa é uma das principais dicas sobre como cuidar de um gato de rua.
Em vez disso, respeite o espaço do pet e procure associar sua presença a ocorrências positivas, deixando que eles se divirtam com os brinquedos de que mais gostam perto de você e com a ajuda de petiscos atraentes. Aos poucos, você verá como o bichano irá se aproximar de você espontaneamente.
Como visto, salvo por alguns cuidados iniciais que devem ser reforçados ao adotar o gato, os cuidados com um gato de rua são os mesmos necessários para assegurar o conforto e o bem-estar de qualquer outro bichano.
A adaptação do ambiente às necessidades comportamentais do felino é um aspecto de extrema importância para um convívio harmonioso.
Aqui, no blog do Adote Petz, já falamos algumas vezes sobre como fazer o enriquecimento ambiental, dando oportunidades de escolha para que os bichanos exerçam seus comportamentos naturais.
Nesse sentido, é importante lembrar que, ao contrário do que muitos acreditam, não é recomendado permitir que o pet tenha acesso à rua, onde ele fica exposto ao risco de contaminação por doenças contagiosas, de brigas com outros animais, atropelamentos e maus tratos.