Quando pensamos em adotar um bichano, é comum nos projetarmos para o futuro, imaginando cenas de carinho e diversão com o amigo de quatro patas. Sem dúvidas, uma vez que o gato resgatado esteja adaptado ao ambiente e tenha criado um vínculo com você e sua família, pode ter certeza de que ele dará a vocês muito amor e alegria.
Contudo, até que isso aconteça, é fundamental tomar algumas medidas a fim de facilitar a adaptação do bichano, em especial quando se trata de um gato encontrado na rua ou que tenha sido resgatado de outra forma.
Por mais que pareçam sociáveis, pets abandonados frequentemente já passaram por situações traumáticas, como maus-tratos, o que pode influenciar a adaptação no novo lar. Aliás, vale o alerta: é necessário alguns cuidados em um resgate de gato encontrado na rua!
Mas mesmo bichanos emocionalmente saudáveis, como filhotes que tenham crescido em abrigos, precisam de um tempo e cuidados para se adaptarem.
Primeiros contatos do bichano com o novo lar
Informar-se previamente sobre o que você deve fazer ao levar um novo amigo para casa é importante para evitar experiências negativas desde o início.
No caso da chegada do pet em nossa casa, garantir a segurança dele colocando telas em sacadas e janelas é imprescindível para evitar acidentes que podem ser fatais. Feito isso e após ter adquirido alguns recursos básicos para o gatinho, não basta soltá-lo de uma vez na casa ou apartamento.
Antes, é preciso acostumá-lo aos poucos ao novo ambiente, evitando situações de estresse tanto para o recém-chegado quanto para você. Assim, você não deixa o gato assustado em sua chegada.
Como animais essencialmente territorialistas, os gatos estranham bastante a chegada em um local completamente novo, cujos odores são diferentes daqueles com os quais estava habituado.
Sendo assim, para lidar com o estresse e, de quebra, marcar o território, deixando seu cheirinho no ambiente, não é raro que o gato resgatado passe a arranhar a cortina, o sofá e outros objetos, de modo que, além de ser traumática para ele, a experiência também pode acabar sendo custosa e desgastante para o tutor.
Para evitar que isso aconteça, a dica é selecionar um cômodo da casa e começar a habituar o pet ao ambiente a partir dele. Nesse sentido, escolha um ambiente seguro e relevante do ponto de vista social, mas que não seja o principal local de convivência.
Lembre-se de que, no futuro, o pet passará a usar esse espaço como refúgio em caso de visitas, por exemplo.
Como preparar o ambiente para receber o pet
Uma vez escolhido o cômodo com o qual o gato resgatado irá se habituar, não se esqueça de bloquear locais muito procurados pelos pets como refúgio, a exemplo de vãos embaixo da cama ou do sofá.
Isso evitará que você tenha que remover o pet à força em algum momento, o que pode prejudicar a relação de vocês, deixando o gato com medo ou irritado.
Em vez disso, procure equipar o cômodo com tocas e outros recursos básicos de que o bichano necessita para sentir-se bem, tais como caixa sanitária, comedouro, bebedouro, brinquedos, caixas de papelão e arranhadores.
Além de fundamentais para eliminação e entretenimento, alguns desses recursos também têm um papel importante na marcação de território, contribuindo para que o gato encontrado e resgatado por você se sinta em casa mais rapidamente.
Portanto, ao escolher tocas e outros acessórios como cobertores, dê preferências àqueles que absorvem odores com facilidade. A ideia é que, quanto mais o gato puder sentir o próprio cheiro, mais à vontade ele ficará!
Espalhando os acessórios pela casa
Aguarde até que o pet já esteja se sentindo plenamente à vontade no cômodo escolhido por você. Quando isso acontecer, comece a espalhar os acessórios com o cheirinho do pet pela casa. Isso ajuda a fazer com que o bichano se “reconheça” no restante do ambiente, sentindo-se em casa.
Lembrando que os recursos devem ser sempre setorizados e posicionados em locais estratégicos para cada um. Ou seja, nada de colocar a caixa sanitária ao lado de comedouro, bebedouro ou área de descanso!
Arranhadores devem ser colocados acima do chão e em locais de transição, tocas podem ficar em locais elevados — desde que seguros — para um maior controle do ambiente e assim por diante.
Ao mesmo tempo, não deixe de colocar novos acessórios no cômodo inicial, para que o pet também possa deixar neles seu odor.
E a interação? Como lidar com o pet nos primeiros dias?
Até aqui, falamos sobretudo a respeito de como preparar o ambiente e introduzir o bichano no novo lar. Mas e quanto à interação, como se aproximar aos poucos do gato resgatado de maneira positiva, tomando cuidado para não assustá-lo?
Em primeiro lugar, dê tempo ao tempo e evite pegar o pet no colo ou forçar qualquer tipo de carinho. Ao contrário, deixe-o à vontade no cômodo que você escolheu para ele, respeite seu espaço e utilize petiscos para atraí-lo até você.
Enquanto isso, vá conversando com ele para ele se acostumar com a sua voz. Aos pouquinhos, você vai ver como ele passará a se sentir mais confortável na sua presença. Nesse momento, já será possível interagir mais ativamente e brincar com o bichano, criando associações positivas que reforcem o vínculo entre vocês.
E para aqueles que já possuem outro gatinho em casa, confira aqui no blog qual é a maneira recomendada de fazer a adaptação dos dois!